26 de abr. de 2012

Entrevista para o Site Oitavo Canal





Com mais de 20 anos de carreira, o ator Luiz Fernando Almeida decidiu que era hora de sair da zona de conforto: depois de atuar em diversas comédias e espetáculos infantis, encontrou o roteiro de “Dama da Noite”, de Caio Fernando Abreu, em seu computador e resolveu encarar o desafio de encenar a peça do escritor gaúcho, falecido há quase 16 anos – e muito popularizado pelas redes sociais, assim como Clarice Lispector.

Luiz Fernando chamou seu amigo e grande parceiro profissional, Andre Leahun, para dirigir a montagem, além de vários grandes amigos, reconhecidos em suas áreas de atuação, para integrar a equipe técnica.A estreia foi em abril de 2011, no Casarão Santa Cruz, em uma temporada que ia de quinta a domingo, até junho. Em parceria com a Secretaria de Cultura e a Secretaria de Turismo, realizou sessões gratuitas na hora do almoço: o projeto “Teatro ao Meio-Dia” e de lá para cá foram inúmeras temporadas, prêmios e muito sucesso:

Em julho, estreeou uma nova temporada no Espaço Teatro Aberto, na Praça dos Andradas, além de inaugurar uma sala experimental no mesmo local. Em outubro, a peça “Dama da Noite” foi selecionada para o Prêmio Nacional de Teatro em Mogi das Cruzes, levando o segundo lugar na categoria Melhor Espetáculo Adulto, concorrendo nacionalmente. No final de 2011, integraram a programação da Mostra de Cinema e da Cultura da Diversidade Sexual (Sansex), em Santos e realizaram o projeto Teatro nas Bibliotecas, que ofereceu apresentações gratuitas na Biblioteca Mario Faria (Posto 6). Em janeiro deste ano, a Dama da Noite teve uma curta temporada no Espaço Fatto Brazil, no Gonzaga, e atualmente, está em cartaz na Casa da Frontaria Azulejada. Belo histórico, não?

“O balanço é muito positivo, quase 2 mil pessoas já assistiram ao espetáculo e isso pra um solo intimista é uma grande vitoria”, conta Luiz Fernando. Ele explica que o espetáculo amadureceu e ele próprio também amadureceu como artista. “E ainda nem estamos na metade do caminho a ser percorrido. Temos muita estrada pela frente”.  Segundo ele, a receptivade do público é sensacional, pois as essoas realmente se identificam com o texto. “Adoro ver que a mensagem chegou e causou alguma reflexão nas pessoas”.

No palco, Luiz Fernando Almeida retrata toda a angústia de um ser humano que não se sente inserido no mundo que vê – e que o vê de volta.

Relação com Caio Fernando Abreu

Luiz Fernando já levou prêmios como o Plínio Marcos - Melhor Ator Coadjuvante - pelo espetáculo “Quando os Olhos se Fecham” (2009) e no XVIII Festac (Festival de Teatro de Cubatão) – Melhor Ator Coadjuvante - por “O que terá Acontecido a Rosemary?” (2010). / Foto: Adilson Felix
Fã declarado de Caio Fernando Abreu, Luiz Fernando conta que seu contato com o autor começou na adolescência.”Li a maioria dos livros e todos os seus textos teatrais, sua obra é atemporal, fala de sentimentos universais, então nada mais natural que ele continue fazendo sucesso”, diz. Embora o tema seja causa de muita polêmica, para o ator, a popularização de Caio Fernando Abreu é muito boa. “Acho bacana que, mesmo em 140 caracteres, as pessoas passem a ter contato com a obra dele e creio que mutias vezes as essoas podem ler um livro inteiro deles por meio dessas frases”.

Nessa sexta-feira, 27/4, será exibida a última sessão da temporada da Casa da Frontaria Azulejada. A política dos ingressos é a de “pague o quanto puder” e cada sessão é limitada para 30 pessoas. A próxima apresentação está agendada para o dia 19 de maio, também na Casa da Frontaria Azulejada, como parte da programação da Virada Cultural.

A Casa da Frontaria Azulejada fica na rua do Comércio, 96, no Centro Histórico de Santos.

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